Numa fazenda do interior de Minas, o velho galo já não conseguia satisfazer todas as suas fraguinhas. O fazendeiro decidiu, então, comprar um galo jovem que substituiria o velho cansado de guerra. Quando chegou o galo novo, todo forte e garboso, o velho galo se aproximou dele e disse: - Garoto, ocê pode dexá prá mim ao menos duas das minhas galinhas favoritas? - Há, de jeito nenhum! Elas são todas minhas agora. Se você não fez seu trabalho, o problema é seu! - à menino, cê pode ao menos mi dá uma chance. A gente pode, se ocê aceitá, disputá uma corrida. Si eu ganhá, ocê deixa minhas favoritas. Se ocê ganhá, elas são todas suas. O galo jovem olha o velhinho acabado, praticamente sem fôlego e diz: - Tá bem, você não tem nenhuma chance mesmo! - Bom, se ocê acha isso, ocê pode mi dá 20 passos de vantagem? Ocê é jovem forte e a gente corre até o outro lado do terreiro, uns 100 metros. - Tudo bem, respondeu o jovem galo. A corrida começa. O velho começa a correr," Hump, humpf humpf". e percorre os primeiros 20 passos. O jovem começa a correr também "patac, patac, patac"... Depois de 50 metros o velho não tem mais que 5 passos de vantagem, depois de 70 ele não mais que 2, a 80, menos de 1 metro... Nesta altura o velho galo já está praticamente acabado mas continua correndo: "humpf Humpf Humpf" Aos 90 metros o jovem já está 5 cm na frente do velho galo: "Humpf Humpf" - Eu ainda te peeeego!, grita o velhinho. Nisso o fazendeiro que passava pega sua carabina a atira no jovem galo. Guardando a carabina, ele diz à sua mulher: - Num to entendendo isso, uai. Já é o quinto galo viado que a gente compra esta semana!